Foto: Arquivo Pessoal (Divulgação)
A Delegacia de Polícia de Proteção à Pessoa Idosa e Combate à Intolerância (Dpicoi) de Santa Maria concluiu e remeteu o inquérito que resultou no indiciamento de seis pessoas pelo crime de homofobia. A vítima, Gabriella Meindrad Santos, 39 anos, uma mulher transexual, foi alvo de ataques após ser homenageada como prenda em um CTG no município de Mata, em 2019.
A publicação da homenagem na versão online do Diário de Santa Maria gerou inúmeros comentários homofóbicos nas redes sociais, alguns incitando violência, caracterizando crime de ódio e intolerância.
O inquérito, presidido pela delegada Débora Dias, titular da Dpicoi, tramitou durante anos, com diligências que incluíram envio de cartas precatórias para outros Estados e municípios, até a identificação dos responsáveis.
Segundo a investigação, os acusados usaram perfis pessoais em redes sociais para praticar e incitar a discriminação contra a vítima e toda a comunidade LGBTQIAPN+.
Esperança
Por meio de nota, Gabriella declarou ter recebido com esperança a notícia do indiciamento das seis pessoas por ataques LGBTfóbicos, racistas e ameaças direcionadas a ela em 2019, após uma homenagem recebida em um CTG na cidade de Mata. Ela ainda afirma que esse é um passo fundamental para demonstrar que crimes de ódio não podem e não devem ficar impunes. Confira a nota na íntegra:
Recebo com esperança a notícia do indiciamento de seis pessoas por ataques LGBTfóbicos, racistas e ameaças direcionadas a mim em 2019, após uma homenagem recebida em um CTG na cidade de Mata. Esse é um passo fundamental para demonstrar que crimes de ódio não podem e não devem ficar impunes.
Destaco o trabalho da Delegacia de Combate à Intolerância de Santa Maria, que, mesmo diante de dificuldades na investigação, conduziu de forma exemplar este processo, possibilitando que agora os responsáveis sejam judicialmente responsabilizados por seus atos. Essa atuação demonstra a importância de termos instituições fortes e comprometidas no enfrentamento à intolerância.
É necessário reforçar que ninguém tem o direito de promover violência e ódio, sobretudo contra pessoas trans, que infelizmente ainda ocupam o topo das estatísticas de homicídios no Brasil. Este caso precisa servir de exemplo, reafirmando que a lei existe para proteger todas as pessoas e que a intolerância não terá espaço em nossa sociedade.
Como advogada e militante, reafirmo meu compromisso em seguir atuando de forma incansável na defesa da igualdade, do respeito e da dignidade, combatendo todo tipo de discriminação e preconceito. Minha luta é pela justiça, pela vida e por um futuro onde possamos viver em segurança e liberdade.
São Vicente do Sul, 30 de setembro de 2025.
Gabriella Meindrad
Conselheira de Estado da Cultura
Diretora de Projetos do Movimento Tradicionalista Gaúcho – MTG/RS